A COMPREENSÃO DE ENUNCIADO METAFÓRICO POR PESSOAS COM TRISSOMIA DO CROMOSSOMO 21: CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA HISTÓRICO CULTURAL

Resumo

O tema desta pesquisa é a compreensão de enunciados metafóricos por pessoas com Trissomia do Cromossomo 21. Concebemos a metáfora como um recurso linguístico de caráter simbólico, e imprescindível para que o sujeito tenha acesso a elementos culturais de seu convívio social, como compreensão de textos literários, músicas/poesia e ditados populares. Cientes da necessidade de ampliar o debate sobre a metáfora, ainda pouco explorado no âmbito da linguagem atípica, e por considerar que seja possível acrescentar algo de interesse à natureza da investigação sobre a linguagem da pessoa com Trissomia do cromossomo 21, no que diz respeito a sua compreensão de enunciado metafórico; é que propomos este estudo. Formulamos um delineamento teórico, inicialmente, por meio de uma revisão integrativa da literatura acerca do tema, nos principais bancos de periódicos, utilizando os descritores: “Down syndrome” and “metaphor”, “language”. Após a revisão de literatura, selecionamos os sujeitos para a segunda etapa da pesquisa. Desta forma foram convidados 4 jovens com trissomia do cromossomo 21, com idades entre 18 e 30 anos, que fazem parte do projeto “Fala Down Jovens”, o qual funciona vinculado ao projeto de pesquisa “Fala Down “desenvolvido pelo Laboratório de Pesquisa e Estudos em Neurolinguística (LAPEN), do Programa de Pós-Graduação em Linguística (PPGLin/UESB), e cujo objetivo é o de potencializar o desenvolvimento linguístico dos participantes. Também participaram da pesquisa, 4 jovens neurotípicos, para que ao analisarmos os resultados, sejam traçadas linhas de diferenças ou similaridades entre esses dois grupos participantes. Devido ao contexto pandêmico e seguindo as orientações da OMS, nossa coleta de dados foi realizada via aplicativo Google Meet, em reuniões gravadas. Atividades envolvendo enunciados metafóricos foram desenvolvidas para este fim, sob a forma de um questionário. Apesar de admitirmos as dificuldades linguísticas, peculiares aos jovens com síndrome de Down, é nossa hipótese que poderão ampliar esse e outros aspectos de sua linguagem, a partir de intervenções baseadas na neurolinguística discursiva, realizadas pelo pesquisador, quando necessário. Por esta razão este trabalho foi embasado nos pressupostos da Neurolinguística Discursiva, da Teoria Histórico Cultural e da Linguística Cognitiva acerca do desenvolvimento da linguagem nas afasias ou outras patologias da linguagem.