PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ADICIONAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL: A SENSIBILIDADE PROSÓDICA
DOI:
https://doi.org/10.54221/rdtdppglinuesb.2024.v12i1.278Palavras-chave:
Consciência Fonológica; Prosódia; Educação Infantil.Resumo
Neste estudo, abordamos o português como língua adicional na Educação Infantil em um estudo que apresenta conceitos e achados da Psicolinguística e da Fonologia na perspectiva dos Sistemas Adaptativos Complexos. Ele está dividido em dois momentos. No primeiro, realizamos uma sondagem com educadores a respeito do ensino do português para crianças estrangeiras. No segundo momento, com base em achados a respeito da trajetória do desenvolvimento oral de crianças bilíngues e falantes do português brasileiro, desenvolvemos uma proposta de intervenção de consciência fonológica com foco em aspectos prosódicos. Após análise das respostas do questionário respondido por professores, concluímos que embora os educadores estejam recebendo crianças estrangeiras, eles não tiveram formação prévia e nem têm tido atualização a respeito do português como língua estrangeira. Ademais, desconhecem material didático direcionado para o público bilíngue. Por essa razão, na segunda etapa desta pesquisa, propomos atividades de sensibilidade prosódica (sensibilidade prosódica na literatura prévia) voltadas para este público que desenvolve o português como língua adicional. Os componentes prosódicos explorados são a sílaba e o pé métrico por meio do acento lexical.
Downloads
Referências
ADAMS, J. N. Bilingualism and the Latin language. Cambridge: Cambridge University Press, 2003.
ADAMS, M. J. et al. Consciência fonológica em crianças pequenas. Porto Alegre: Artmed, 2006.
ALLEN, G. D. The place of rhythm in a theory of language. Working Papers in Phonetic,
ALMEIDA FILHO, J. C. P. O ensino de português como língua não-materna: concepções
e contextos de ensino. Museu da língua portuguesa, Estação da Luz, 2005.
ALMEIDA, N. V. F.; GIL, M. S. C. A. Contribuições para a estimulação do desenvolvimento de bebês de risco. São Carlos: EdUFSCAR, 2013.
AGENCIA BRASIL. Brasil tem 43 mil pessoas reconhecidas como refugiadas, diz Conare, 2020. Brasília, 2020. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2020-06/brasil-tem-43-mil-pessoas-reconhecidas-como-refugiadas-diz-conare. Acesso em: 18 nov. 2020.
BAIA, M. F. A. Os templates no desenvolvimento fonológico: o caso do português brasileiro. Orientador: Raquel Santana Santos. 2013. 214 f. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade do Estado de São Paulo, Programa de Pós-Graduação em Linguística, São Paulo, 2013.
BASSO, F. P.; Bolzan, D. P. V. Consciência Fonológica: relações entre oralidade e escrita. UNIrevista (UNISINOS), v. 1, p. 12-24, 2005.
BALIEIRO JR., A. P. Psicolinguística. In: MUSSALIN, F.; BENTES, A. C. (org.). Introdução à Linguística. São Paulo: Cortez, 2002. 2 v. p. 171-201.
BERTONI DOS SANTOS, V. L. Promovendo o desenvolvimento do faz-de-conta na Educação Infantil. In: CRAIDY, C.; KAECHER, G. E. (org.). Educação Infantil: pra que te quero. Porto Alegre: Artmed, 2001.
BIALYSTOK, E. Levels of bilingualism and levels of linguistic awareness. Developmental Psychology, v. 24, ed. 4, p. 560-567, 1988.
BIALYSTOK, E. Bilingualism in Development: language, literacy, and cognition. Toronto: Cambridge University Press, 2009.
BISOL, L. Mattoso Câmara Jr. e a Palavra Prosódica. D.E.L.T.A., n. 20, p. 59-70, 2004.
BRUCK, M.; GENESCE, F. Phonological Awareness in young second language learners. Journal of Child Language, v. 22, ed. 2, p. 307-324, 1995.
CARMO, P. M. O. O desenvolvimento fonológico e sua relação com o léxico inicial na fala de gêmeos e não gêmeos. Orientador: Maria de Fátima de Almeida Baia. 2018. 190 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Vitória da Conquista – BA, 2018.
CAGLIARI, L. C. Como alfabetizar: 20 anos em busca de soluções. Letras de Hoje, Porto Alegre, v. 36, n. 3, p. 47-66, 2001.
CAVALCANTI, L. et al. Resumo Executivo. Imigração e Refúgio no Brasil. A inserção do imigrante, solicitante de refúgio e refugiado no mercado de trabalho formal. Observatório das Migrações Internacionais; Ministério da Justiça e Segurança pública/Conselho Nacional de Imigração e Coordenação Geral de Imigração Laboral. Brasília, DF: OBMigra 2019. Disponível em: https://portaldeimigracao.mj.gov.br/images/publicacoes-obmigra/RESUMO20EXECUTIVO%20_%202019.pdf. Acesso em: 16 jun. 2020.
CHOMSKY, N. Aspects of the Theory of Syntax. Cambridge: MIT Press, 1965.
CHOMSKY, N. A minimalist program for linguistic theory. MIT occasional papers in linguistics no. 1. Cambridge, Massachusetts: Distributed by MIT Working Papers in Linguistics, 1993.
CHUNG, W.; JARMULOWICZ, L.; BIDELMAN, G. Auditory processing, linguistic prosody awareness, and word reading in Mandarin-speaking children learning English. Reading and Writing, v. 30, p. 1407-1429, 2017.
CRUZ-FERREIRA, M. Two Prosodies, Two Languages: Infant Bilingual Strategies in Portuguese and Swedish. Journal of Portuguese Linguistics 2, Sweden: Edições Colibri, v. 2, n. 1, p. 45-60, 2003.
CUTLER, A.; SWINNEY, D. Prosody and the development of comprehension. Journal of Child Language, 14, p. 145-167, 1987.
de SOUZA, A. J.; de SOUSA PEREIRA, M. L. Ortoépia e prosódia: um estudo descritivo. Notas sobre Literatura e Linguagem. 2019. cap 13. p. 124-37. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Adilio-Souza/publication/338334691_Ortoepia_e_Prosodia_um_estudo_descritivo/links/60d4050192851c8f7995de63/Ortoepia-e-Prosodia-um-estudo-descritivo.pdf. Acesso em: 27 jun. 2023.
DUARTE, I. O conhecimento da língua: desenvolver a consciência linguística. Lisboa: DGIDC – Ministério de Educação, 2008. Disponível em: https://area.dge.mec.pt/gramatica/O_conhecimento_da_lingua_desenv_consciencia_linguistica.pdf. Acesso em: 12 abr. 2022.
FINGER, I. A abordagem conexionista de aquisição da linguagem. In: Quadros, R. M. Teorias de Aquisição da Linguagem. Santa Catarina: Editora da UFSC, 2008. p. 127-144.
FERREIRA, J. G. B. O ensino de língua portuguesa para estrangeiros: implicações da pluralidade de conceitos. Revista EntreLinguas, Araraquara, v. 7, n. esp.6, p. e021143, 2021. DOI: 10.29051/el.v7iesp.6.15423. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/entrelinguas/article/view/15423. Acesso em: 19 jun. 2023.
FURLLAN, S.; MOREIRA, V.; RODRIGUES, G. Esquema corporal em indivíduos com síndrome de down: uma análise através da dança. Revista Mackenzie de educação física e esporte, v. 7, n. 3, 2008.
GERKEN, L. Language development. San Diego: Plural Publishing, 2009.
HAMERS, J; BLANC, M. Bilinguality and Bilingualism. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.
HAYES, B. Metrical Stress Theory - Principles and Case Studies. University of Chicago Press, 1995.
HOLLIMAN, A. J.; WOOD, C.; SHEEHY, K. A cross-sectional study of prosodic sensitivity and reading difficulties. Journal of Research and Writing, v. 35, n. 1, p. 32-48, 2010.
KENNEDY, E. O papel da psicolinguística experimental no desenvolvimento de modelos formal-cognitivos de língua. In: SÁ JÚNIOR, L; MARTINS, M. A. (org.). Rumos da linguística brasileira no século XXI: historiografia, gramática e ensino. SP: Blucher, 2016. p. 189-202.
KNIGHT-McKENNA, M. Sillable types: a strategy for reading multisyllabic words. Teaching Exceptional Children, v. 40, p. 18-24, 2008.
KRAMER, S. Com a pré-escola nas mãos. São Paulo: Editora Ática, 2003.
LAIDLAW, L. Reinventing curriculum: a complex perspective on literacy and writing. Nova Jersey: Lawrence Erlbaum Associates, 2005.
LARSEN-FREEMAN, D. Chaos/complexity Science and Second I Acquisition. Applied Linguistics, v. 18, p. 141-165, 1997.
LARSEN-FREEMAN, D.; CAMERON, L. Complex systems and applied linguistics. Oxford: Oxford University Press, 2008.
LEFFA, V. J.; IRALA, V. B. O ensino de outra(s) língua(s) na contemporaneidade: questões conceituais e metodológicas. In: LEFFA, V. J.; IRALA, V. B. (org.). Uma espiadinha na sala de aula: ensinando línguas adicionais no Brasil. Pelotas: Educat, 2014, p. 21-48.
LEFFA, V. J. Aspectos políticos da formação do professor de línguas Estrangeiras. In: LEFFA, V. J. O professor de línguas estrangeiras: construindo a profissão. (The foreign language teacher: Building a career). 2. ed. Pelotas: Educat, 2008.
LEVELT, W. J. M. A history of psycholinguistics: the pre-chomskyan era. Oxford: Oxford University Press, 2013.
LORANDI, A. A consciência linguística e o modelo de Redescrição Representacional: como explicar a discrepância entre os processos de consciência em diferentes microdomínios? In: FERREIRA-GONÇALVES, G.; BRUM-DE-PAULA, M. R.; KESKE-SOARES, M. (org.). Estudos em aquisição fonológica. Pelotas: Universitátia/UFPel, 2011. 4 v. p. 205-217.
MAGALHÃES, A. R. S. Emergência dos templates no desenvolvimento bilíngue. Orientador: Maria de Fátima de Almeida Baia. 2021. 136 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Vitória da Conquista – BA, 2021.
MacWHINNEY, B. The CHILDES Project: Transcription on Format and Programs. 3. ed. New Jersey: Lawrence Erlbaum, 2000. v. I e II.
MEGALE, A H. Bilinguismo e educação bilíngue – discutindo conceitos. Revista Virtual de Estudos da Linguagem – ReVEL, v. 3, n. 5, p. 1-13, 2005.
MENDES, E. Vidas em português: perspectivas culturais e identitárias em português língua de herança (PLH). Revista Platô, Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), Praia, Cabo Verde, v. 1, n. 2, 2012. Disponível em: https://www.academia.edu/12097211/Vidas_em_Portugu%C3%AAs_perspectiva_culturais_e_identit%C3%A1rias_em_contexto_de_portugu%C3%AAs_l%C3%ADngua_de_heran%C3%A7a_PLH_ . Acesso em: 20 jun. 2023.
MENEZES, L. J. Português como língua estrangeira e segunda língua em Moçambique. PERcursos Linguísticos, [S. l.], v. 4, n. 8, p. 111-129, 2014. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/percursos/article/view/7428. Acesso em: 19 jun. 2023.
MENGARDA, Elias José. Fundamentos da linguística. Indaial: Uniasselvi, 2012.
MERCER, S. Towards a Complexity-Informed Pedagogy for Language Learning. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, v. 13, n. 2, p. 375-398, 2013. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/260763844_Towards_a_complexity-informed_pedagogy_for_language_learning. Acesso em: 12 nov. 2022.
MIGLIORINI, L.; MASSINI-CAGLIARI, G. Sobre o ritmo do Português Brasileiro: evidências de um padrão acentual. ReVEL, v. 8, n. 15, 2010. Disponível em: http://www.revel.inf.br/files/artigos/revel_15_sobre_o_ritmo.pdf. Acesso em: 12 nov. 2022.
MIRANDA, A. R. M.; VELOSO, J. Consciência linguística: aspetos fonológicos. In: FREITAS, M. J.; SANTOS, A. L. (ed.). Aquisição de língua materna e não materna. Questões gerais e dados do português. Berlin: Language Science Press, 2017. p. 439-458.
MONARETTO, V. N. de O. O alçamento das vogais médias pretônicas /e/ e /o/ sem motivação aparente: um estudo em tempo real. Fragmentum, v. 39, p. 18-28, 2014.
MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2. ed. rev. São Paulo: Cortez, 2011.
NICOLESCU, B. La transdisciplinarité, manifeste. (Le Rocher, Monaco, Collection “Transdisciplinarité”, 1996); English translation: Manifesto of Transdisciplinarity, (Translation from the French by Karen-Claire Voss, SUNY Press, New York, 2002).
PAIVA, V. L. M. O. Modelo fractal de aquisição de línguas. In: BRUNO, F. C. (org.) Reflexão e Prática em ensino/aprendizagem de língua estrangeira. São Paulo: Editora Clara Luz, 2005. p. 23-36.
SCARPA, E. M. Aquisição da linguagem. In: MUSSALIM, F.; BENTES, A. C. (org.). Introdução à linguística: domínios e fronteiras. São Paulo: Cortez, 2001. p. 203-232.
SCLIAR-CABRAL, L. Psicolinguística e neurolinguística. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, SP, v. 32, p. 37-48, 1997.
SLOBIN, D. Psicolinguística, São Paulo: EDUSP, v. 16, p. 3-8, 1980.
VAN GEERT, P.; VAN DIJK, M. Focus on variability: new tools to study intra-individual variability in developmental data. Infant Behavior & Development, v. 25, n. 4, p. 340-374, 2002.
VERHOEVEN, L. Early bilingualism, language transter and phonological awareness. Applied Psycholinguistics, v. 28, ed. 3, p. 425-439, 2007.
VETROMILLE-CASTRO, R. A entropia sócio-interativa e a sala de aula de (formação de professores de) língua estrangeira: reflexões sobre um sistema complexo. In: OLIVEIRA E PAIVA, V. L.; NASCIMENTO, M. (org.). Sistemas adaptativos complexos: lingua(gem) e aprendizagem. Campinas: Pontes Editores, 2011. p. 113-129.
THELEN, E.; SMITH, L. B. A Dynamic Systems Approach to the Development of
Cognition and Action. Cambridge, MA: MIT Press, 1994.
TUNMER W. E.; HERRIMAN M. L. The development of metalinguistic awareness: a conceptual overview. In: TUNMER W. E.; PRATT, C.; HERRIMAN, M. L. (ed.). Metalinguistic Awareness in children: theorey, research and implications. Berlin: Springer-Verlag, 1984. p. 12-35.
WHALLEY, K.; HANSEN, J. The role of prosodic sensitivity in children's reading development. Journal of Research in Reading, v. 29, n. 3, p. 288-303, 2006.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Categorias
Licença
Copyright (c) 2024 PPGLin e autora

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
