A IDENTIFICAÇÃO DA COMPOSICIONALIDADE DE PALAVRAS DERIVADAS: UM ESTUDO COM FALANTES DO PORTUGUÊS BRASILEIRO SOBRE OS SUFIXOS -ÇÃO, -DOR E -MENTO

Resumo

Este trabalho objetiva verificar o reconhecimento da composicionalidade de determinadas palavras complexas formadas por sufixação por falantes do português brasileiro na atualidade mediante a aplicação de testes experimentais a estudantes universitários dos cursos de Ciência da Computação, Direito, Economia e Jornalismo, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Nesses testes, buscou-se averiguar as associações morfológicas e semânticas realizadas por esses falantes, ao terem como estímulo palavras formadas pelos sufixos -ção, -dor e -mento, semanticamente ambíguas (como inflação, amador e temperamento) e transparentes (como educação, vendedor e salvamento), assim como distratores: palavras simples (como coração, Equador e cimento) e pseudopalavras (como *coflação, *alvedor e *lumimento) criadas unicamente para esta pesquisa). Essa investigação foi conduzida a partir dos pressupostos da Teoria Gerativa (Chomsky, 1957; 1986; 1995); também se apoia nas propostas de Villalva (2003; 2007) e Villalva e Silvestre (2014). Os resultados aqui obtidos apontaram que palavras derivadas semanticamente transparentes propiciaram aos participantes o maior reconhecimento da sua composicionalidade, ou seja, estes recuperaram mais facilmente a relação entre a palavra composta e sua base, demonstrando que a recuperação da composicionalidade de um vocábulo é facilitada quando este partilha traços morfológicos e semânticos comuns às partes que o compõem.